Nova representação: Jeane Terra - Janaina Torres

São Paulo Brasil

Nova representação: Jeane Terra

13 de agosto de 2024 | 11:14
A artista Jeane Terra, em seu ateliê, em Humaitá, no Rio de Janeiro. Foto: Sérgio Zalles. A artista Jeane Terra, em seu ateliê, em Humaitá, no Rio de Janeiro. Foto: Sérgio Zalles.

TRABALHOS DA ARTISTA, QUE PASSAM A INTEGRAR O INSTITUTO INHOTIM, TRAFEGAM ENTRE REMINISCÊNCIAS E REGISTROS DO PASSADO E AS PRINCIPAIS QUESTÕES DO NOSSO TEMPO

Anunciamos com alegria a representação de Jeane Terra (MG, 1975), artista que vive e trabalha no Rio de Janeiro e desenvolve trabalhos em pintura, escultura, fotografia e vídeo.

Das obras da artista emergem as subjetividades da memória, as nuances da transitoriedade e os destroços de um tempo, em obras de intensa carga visual que refletem sobre o apagamento urbano e os efeitos da ação humana sobre a paisagem, o clima e a vida na terra.

Muitas vezes autorreferencial, os trabalhos de Jeane tecem um panorama das principais questões do nosso tempo. Assim, a partir da vivência da demolição da casa em que viveu na infância e com a aproximação estética do barroco mineiro, a artista percorre cidades e lugares em vias de desaparecimento. São trabalhos que trafegam entre registros de um tempo passado, a corrosão do tempo e a urgência do contemporâneo.

Jeane constrói imagens utilizando materiais e superfícies não convencionais, como vidro, barro e pau a pique, entre outros. Como nas obras em que utiliza “pele de tinta”, técnica que desenvolveu a partir da mistura de tinta acrílica, aglutinante e pó de mármore, obtendo um tecido cromático que, composto em múltiplas e finas camadas, ganha um aspecto de pele. A artista utiliza as “peles” de tinta que, recortadas em uma miríade de pequenos quadrados, compõem o grid que estrutura suas pinturas – valendo-se da técnica em ponto cruz, herança da avó materna – as quais são coladas na superfície da tela. Uma espécie de corpo-pintura, constituída entre o bordado imemorial e a instantaneidade do pixel.

Paisagem de lotus para Monet, 2024, Quadrados em Pele de Tinta de 1x1cm sobre canvas, 161 x 148 cm Paisagem de lotus para Monet, 2024, Quadrados em Pele de Tinta de 1x1cm sobre canvas, 161 x 148 cm

Como destaca o crítico e curador Agnaldo Farias, Jeane Terra “propõe que toda arquitetura é em essência autodestrutiva, que toda construção traz consigo sua dissolução, que tudo que fazemos é efêmero, e que nossos gestos primam pela negatividade, ainda que insistamos em valorizar o contrário”.

As obras de Jeane Terra fazem parte da Coleção do Instituto Inhotim, Coleção do Museu de Arte do Rio e da Coleção do Centro Cultural dos Correios Rio de Janeiro. A artista detém em seu currículo exposições individuais e coletivas no Brasil, EUA, Inglaterra e Itália e, em 2023, foi a representante brasileira vencedora do prêmio anual de aquisição da EFG Latin America Art Award, em associação com a Fundação ArtNexus, de Bogotá.

Margem, 2022. Quadrados de 1x1 cm de pele de tinta sobre tela, 141.5 x 100 cm. Margem, 2022. Quadrados de 1×1 cm de pele de tinta sobre tela, 141.5 x 100 cm.
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