David Magila tem o desenho como fio condutor de uma obra que se utiliza da pintura, escultura, site specific e vídeo para nos levar a cenários compostos de vestígios, reminiscências e abandono. Impossibilidades e sutilezas nos remetem a lugares familiares — ainda que nunca tenhamos estado lá.
Nos trabalhos de Magila, o olhar é capturado pelos deslocamentos, abandonos e ruínas da paisagem urbana e da tradição pictórica figurativa, onde tempo e transitoriedade mesclam-se a blocos de cor de intensa saturação e espaços de silêncio e vazios na mesma superfície. Suas figuras — palmeiras frondosas, muros precários ou caídos, cadeiras ordinárias de plástico, cercados de madeira e para-sóis de praia — nos conduzem a cenários de abandono, nos quais reconhecemos “a sutil beleza de suas infinitudes e o lirismo de suas insignificâncias”, como aponta Giancarlo Hannud. Tendo a arquitetura como norte para o entendimento de sua obra, Magila traz para a pintura e a escultura o saldo de um trabalho consistente de intervenções urbanas, além de seu próprio deslocamento pela metrópole. Ao invés de reconstituir imagens fechadas e completas, no entanto, são as faltas, as rupturas e os interstícios que saltam à vista, em uma “poesia visual quebradiça” e inédita, de quem procura ver as coisas como se fosse a primeira vez.
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David Magila
Portão (Série Estudos para uma Paisagem Transitória), 2022
Acrílica sobre tela
20 x 20 cm
David Magila
Gás (Série Estudos para uma Paisagem Transitória), 2022
Acrílica sobre tela
20 x 20 cm
David Magila
Escada (Série Estudos para uma Paisagem Transitória), 2022
Acrílica sobre tela
20 x 20 cm
David Magila
Estudos para uma Paisagem Transitória 24, 2022
Acrílica sobre papel
45.50 x 30.50 cm
David Magila
Magma IX, 2021
Acrílica e spray sobre tela
30 x 30 cm
David Magila
Magma VIII, 2021
Acrílica e spray sobre tela
30 x 30 cm