São Paulo Brasil
A primeira individual de Marina Caverzan na Janaina Torres Galeria, convida o público a atravessar fronteiras e acessar novas formas de percepção. Com curadoria de Ana Roman e a participação especial de Artur Lescher, a mostra explora a interseção entre espiritualidade, abstração e cultura contemporânea.
Exposição individual de Liene Bosquê, brasileira, radicada nos Estados Unidos, traz ao país obras produzidas em diversas cidades do mundo, a partir do patrimônio arquitetônico de cada localidade, em investigações sobre memória, pertencimento e imigração. A mostra, que celebra os 20 anos de carreira da artista, tem mais de 50 itens, em uma ampla gama de formatos e materiais como instalações têxteis, monotipias com ferrugem, cianotipias, cerâmica, escultura em tecido e papel, site specific, entre outros.
O mar do Nordeste, onírico e idealizado, em pinturas com sutis conotações pessoais e sociais, induz a pesquisa de Pra Vela Não Se Apagar, primeira individual do artista carioca Guilherme Santos da Silva (Rio de Janeiro, 1987) na Janaina Torres Galeria, com curadoria de Alexandre Araujo Bispo.
A continuidade de formas de vida diversificadas colocada em suspenso pela tensão e vertigem contemporâneas é a linha mestra de Entes, exposição que apresenta uma panorâmica da proposta curatorial da Janaina Torres Galeria para 2024. Em quatro núcleos expositivos, a coletiva apresenta trabalhos que servem, a partir de suas afinidades formais e de pesquisa, como porta de entrada para a pluralidade, a partir de sua própria condição de existência.
Um diálogo vivo e pulsante que surge das pinturas e desenhos de três jovens artistas – um olhar abissal e feminino para o afeto vertiginoso, onde o ato de criação é uma forma de dar conta da intensidade e do excesso vivenciado por elas, diante da natureza vibrátil do mundo.
Três artistas, que trilham poéticas instigantes e singulares, cruzam-se em um determinado ponto no tempo e no espaço, a partir de um elemento comum: o desejo da natureza e a vontade de compreendê-la, sabedores que não há cisão possível entre nós e ela.
Em Falsa Simetria, Osvaldo Carvalho explora as dissimetrias na pintura — como o uso de perspectivas falseadas, cores “equivocadas” e divisões em desproporção — para alertar para desequilíbrios profundos na esfera social e ambiental.
Entre o onírico e o real, o visível e o recôndito, a cor é um elemento central da pintura de Pablo Ferretti. Em suas telas, nada é evidente e tudo é difuso, ora algo se desenha diante de nossos olhos, ora se desvanece. O artista parece jogar com a tendência do observador em ‘ler’ ou decifrar imagens, como se as formas — matéria — fossem submetidas ao tema — ideal, dissolvendo as expectativas de quem vê a pintura e procura ali algum sentido literal.
Primeira individual de Gabriel Pitan Garcia, “Sopro” traz desenhos em grandes dimensões, realizados com materiais diversos, como seda, alumínio e papelão, e marcados por uma paleta monocromática que enfatiza o cinza. Espirais, tornados e redemoinhos revelam uma gestualidade voraz recorrente nas obras, “um torvelinho na cabeça e na alma”, nas palavras de Thiago Honório, que assina o texto curatorial.
Em sua primeira individual na Janaina Torres Galeria, Paula Juchem expande as possibilidades da cerâmica em um repertório visual único, lúdico e, ao mesmo tempo, intrigante, marcado pela organicidade das suas formas, que evocam traços de animais, fungos e bactérias, entre outros seres vivos que habitam a Terra em toda sua pluralidade. O resultado são entes possíveis e insólitos – criaturas que só existem dentro do universo de sua obra.
Em Território de Ilusões, Sandra Mazzini expande seu vocabulário pictórico, adicionando elementos arquitetônicos à flora exuberante já característica em sua poética visual. “São lugares aparentemente abandonados, onde não se vê a presença humana, e que foram tomados pela natureza”, explica a artista, que flerta com o real e o imaginário em uma obra que nos toca para além do visível, incorporando sons, sensações e mesmo repulsas à experiência visual.
Exímio construtor de galáxias, Feco Hamburger amplia seu universo poético em Eclipse, individual em que reafirma o interesse em explorar os limites da linguagem fotográfica, criando mundos, ao invés de reproduzi-los. Além do olhar sobre a natureza e a ciência, recorrente em seu trabalho, Feco direciona sua inquietude e experimentação para o cotidiano e o doméstico, e para o uso da cor — elemento no qual está completamente à vontade.
Fluxos Plenos de Desejo traz o mais instigante — e intrigante — artista de sua geração, protagonista de uma história marcada pela produção compulsiva e um fim trágico, disfarçado na inalcançável liberdade. A breve e contundente história de Pedro Moraleida (1977-1999) pode ser vista em um conjunto de obras plenas de singularidade, coerência, vigor e coragem de enfrentar a apatia que ele via como dominante à sua volta.
“Terra Braba: Co Yby Ore Retama” apresenta um breve panorama da produção de Andrey Guaianá Zignnatto, exibindo a trajetória material e poética do artista. A mostra integra a série de exposições Co Yby Ore Retama — Esta terra é nosso lugar, deflagradas entre 2021 e 2022, em instituições culturais de São Paulo, como o Museu da Cidade de São Paulo e o Museu Afro Brasil.
Polígonos, Pórticos, Matéria e Desejo propõe uma revisitação da herança Construtivista na América Latina, pensamento artístico que teve seu ápice no Brasil durante os anos 1950/1960 e que continua reverberando em diversas produções contemporâneas. Com curadoria de Cadu Gonçalves, a exposição também marca uma colaboração entre Gisela Gueiros, Jaime Portas Vilaseca e Janaina Torres, que vivem em Nova York, Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente.
Com trabalhos que revelam o vigor e a pluralidade da produção contemporânea brasileira de videoarte, a mostra coletiva NÚCLEO | videoarte marca o lançamento do projeto homônimo, de caráter permanente, que reúne artistas representados pela galeria que trabalham com esta linguagem, artistas convidados, curadores, colecionadores e amantes da videoarte.
Da Natureza das Coisas traz artistas que captam os elementos da Natureza para explorá-los a partir das suas poéticas, criando léxicos que se complementam em uma experiência estética unificada e repleta de sutilezas. Na segunda fase da mostra, Kika Levy tensiona fronteiras entre gravura, desenho e objeto, numa leitura bidimensional de pedras, folhagens e paisagens. Os Manus, por sua vez, recriam flores e insetos em esculturas e objetos, em um espaço expositivo que se transforma em casulo.
Mostra realizada em dois momentos, Da Natureza das Coisas promove encontros de afinidades e diálogos estéticos. Na estreia, Paula Juchem e Andrey Zignnatto constroem poéticas a partir do barro, argila e cerâmica, em suportes como escultura (Paula) e fotografia (Zignnatto), explorando “a força expressiva do material cerâmico e da sua essência cultural milenar, testemunho da trajetória humana”, como define Heloisa Amaral Peixoto, colaboradora da mostra.
Artista sonoro e visual, Ricardo Siri une matéria e expressividade em esculturas, assemblages e um ninho habitável — feito de galhos de árvore, barro e som —, onde ecoam os gestos e registros do viver e fazer artístico, em consonância e tensão com o momento da arte e do mundo atual. Exibida também em plataforma interativa virtual, Organismo estabelece conexão “cósmica” com o universo e relação imediata com o espectador.
Em uma obra com influências surrealistas e da arte popular e urbana, Stephen Doitschinoff trabalha a partir de ícones e símbolos autorais e elementos advindos de diversas culturas e religiões, como o catolicismo, a umbanda e o xamanismo. Com curadoria de Daniel Rangel, o artista reflete sobre temas caros ao mundo atual, como colonialismo, democracia, pós-verdade e o papel das plantas psicoativas na sociedade contemporânea.
Partindo do desenho e de um estilo baseado em componentes gráficos, David Magila exibe os fragmentos de uma estética do esvaziamento e do abandono, onde a “natureza” é composta de paisagens suburbanas, clubes fora de temporada, balneários de férias e outras paragens remotas e isoladas — marcas de uma arquitetura ordinária e predatória e a sensação de desmanche e fragilidade.
Em Reforma: Canteiro de Obras, Andrey Zignnatto mergulha em suas raízes e elege o tijolo como objeto mediador da experiência do humano com a cultura e o mundo, subvertendo as condições e usos originais do elemento construtivo e abrindo caminhos para o questionamento dessa relação. A mostra traz trabalhos recentes do artista, realizados no Brasil, Peru e Emirados Árabes.
Iniciamos nosso calendário de exposições de 2019 com uma seleção de obras do nosso acervo, incluindo trabalhos inéditos de nossos artistas. Obras de Andrey Zignnatto, Gabriel Pitan Garcia, Heleno Bernardi, Kika Levy, Marcus André, Pablo Ferretti, Pedro David, Renata Pelegrini e Talitha Rossi são apresentadas em um diálogo envolvente, propiciando novas leituras.
Contar a história de uma vida a partir dos objetos acumulados ao longo dos anos é a ideia de As Coisas, de Daniel Jablonski. Catalogando exaustivamente todos os seus pertences fora de uso, acumulados arbitrariamente, Jablonski repertoria e torna público quase todos os seus objetos pessoais, transformando-os em poderosos suportes narrativos e forçando a memória em direções radicalmente imprevistas.
Em Furo, o fotógrafo português se aventura em um percurso investigativo pela linguagem fotográfica. Com curadoria de Marta Mestre, Jordi Burch exibe registros que refletem o esgotamento da estética realista, a ideia de representação e a importância do processo e do gesto na produção de imagens — voltando-se, muitas vezes, para a própria matéria da fotografia.
Em pinturas e desenhos de expressividade visceral, Renata Pelegrini apresenta paisagens singulares, paradoxalmente únicas e múltiplas. Marcadas por movimentos rápidos e precisos, as telas destoam da percepção comum do espaço, revelando uma releitura não fidedigna de paisagens e vistas interiores, que ocupam um hiato entre a representação e a abstração.
Em Pra Te Ver Melhor, Kika Levy parte da natureza — folhas de samambaias, embaúbas e macuqueiros, colhidas durante caminhadas pela Mata Atlântica remanescente em São Paulo — para revigorar a monotipia, uma técnica milenar de impressão. Ao produzir imagens sempre únicas, a partir de uma mesma matriz, Kika embute um desejo de renovação do olhar e do objeto representado.
Em sua primeira mostra individual, Sandra Mazzini explora a paisagem, tema caro à história da arte, em cenas de natureza exuberante e memórias bucólicas familiares. Ao reconfigurar florestas, plantações e folhagens por meio do grid, sua marca registrada, Sandra cria uma espécie de trama que altera o “real”, reapresentando-o repleto de nuances e vibrações improváveis, que provocam e estimulam o olhar.
Por um ano e meio, Kitty Paranaguá subiu os morros cariocas para registrar as intervenções urbanas feitas em nome dos 450 anos do Rio de Janeiro. Entrou na casa dos moradores das comunidades para, de suas janelas, obter melhores vistas da cidade. As melhores vistas do Rio, todos sabem, estão nos morros. Ao projetar o que viu lá embaixo, no interior das casas, e realizar novos registros, revelou muito mais: pessoas, histórias e memória, criando uma câmera escura a partir da relação, ou dissolução, de exterior e interior, em imagens de alto impacto estético e emocional.
Em B.L.O.C.O.S., Marcia Thompson radicaliza a questão da pintura, deslocando a obra do espaço convencional e instaurando uma nova gramática pictórica em blocos de tinta óleo em caixas de acrílico, pinturas tridimensionais, desenho e vídeo. O acúmulo de tinta e a procura por novas materialidades, tônica do trabalho de Thompson, se sobressaem, numa arte dotada de pureza cromática, textura, temperatura e sensualidade.
Heleno Bernardi percorre diferentes linguagens, do expressionismo abstrato e o pop à instalação e vídeo, para reinventar em sua arte o elemento urbano e as formas de uso da cidade. Como em uma construção site-specific, o artista cria uma polifonia com influências arquitetônicas, sonoras, deslocamentos, relações de tempo e espaço e a presença imaginária de indivíduos, nesse contexto. O resultado são representações provocadoras, em uma obra que reinventa a figuração e forma paisagens labirínticas, em diferentes perspectivas.
Captar as tensões e desdobramentos da produção de dez artistas, em um momento de transição criativa, anima a coletiva Entrepáginas, instigante junção de trabalhos de Daniel Jablonski, Daniel Nogueira de Lima, Gabriel Pitan Garcia, Jordi Burch, Kika Levy, Marcia Thompson, Marco Maria Zanin (convidado), Marcus André, Renata Basile e Sandra Mazzini. Novas propostas e perspectivas surgem por meio de gravuras, pinturas, fotos, esculturas e instalações. Ao virarmos uma página, há um instante de suspense e, por um instante, imaginamos o que está por vir.
Mostra inaugural da Janaina Torres Galeria, Quando Percebi Era Uma Aurora — Fotografias de Feco Hamburger, com curadoria de Diógenes Moura, traz uma delicada viagem visual, numa galáxia de referências que contemplam do romantismo de Caspar David Friedrich ao Bowie de Major Tom. Pedra e água, bruma e estrelas, luz e sombras são componentes de uma fotografia exploratória, que transita entre o onírico e o documental.
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