São Paulo Brasil
Em Falsa Simetria, Osvaldo Carvalho explora as dissimetrias na pintura — como o uso de perspectivas falseadas, cores “equivocadas” e divisões em desproporção — para alertar para desequilíbrios profundos na esfera social e ambiental. Essencialmente pintor e dono de uma poética direta, sem subterfúgios — você vê o que você vê —, Osvaldo mantém, nos novos trabalhos, a verve e acidez pop que o caracterizam, alcançando cores plásticas e saturadas, e o olhar para a cultura de massa e o entorno, em obras que capturam a visão ao mesmo tempo em que despertam consciências, abordando temas como desigualdade, racismo, violência urbana e ecologia.
18 MAR — 13 MAI
Curadoria Cadu Gonçalves
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Osvaldo Carvalho
Os Negacionistas, 2022
Acrílica sobre tela
188 x 192 cm
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Osvaldo Carvalho
Um Defeito de Cor, 2020
Acrílica sobre tela
191 x 186 cm
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Osvaldo Carvalho
Hotel Haiti (Série Terra Prometida), 2013/2015
Acrílica sobre tela
192 x 305 cm
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Osvaldo Carvalho
Valdez (Série Terra Prometida), 2015
Acrílica sobre tela
195 x 219 cm
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Osvaldo Carvalho
Cárites, 2020
Acrílica sobre tela
130 x 191 cm
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Osvaldo Carvalho
Público Alvo, 2020
Acrílica sobre tela
141 x 223 cm
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Osvaldo Carvalho
Danae & Perseu, 2022
Acrílica sobre tela
186 x 192 cm
Osvaldo Carvalho
Pele Negra Máscara Branca, 2020
Acrílica sobre tela
170 x 190 cm
Osvaldo Carvalho
Goodfellas, 2016
Resina, isopor e tinta acrílica
19 x 50 x 14 cm
Osvaldo Carvalho
Balafálica #1 (Série Balafálica), 2019
Escultura em madeira maciça (peroba)
23.50 x 7.50 x 7.50 cm
Osvaldo Carvalho
Balafálica #2 (Série Balafálica), 2019
Escultura em madeira maciça (peroba)
19 x 6.50 x 6.50 cm
Osvaldo Carvalho
Balafálica #3 (Série Balafálica), 2019
Escultura em madeira maciça (ipê)
19 x 8.50 x 8.50 cm
Osvaldo Carvalho
Balafálica #4 (Série Balafálica), 2019
Escultura em madeira maciça (ipê)
18 x 8 x 8 cm
Osvaldo Carvalho
Balafálica #5 (Série Balafálica), 2019
Escultura em madeira maciça (angico)
17.50 x 7 x 7 cm
Osvaldo Carvalho
Balafálica #6 (Série Balafálica), 2019
Escultura em madeira maciça (maçaranduba)
23 x 7 x 7 cm
Osvaldo Carvalho
Balafálica #7 (Série Balafálica), 2019
Escultura em madeira maciça (maçaranduba)
23.50 x 7 x 7 cm
Osvaldo Carvalho
Balafálica #8 (Série Balafálica), 2019
Escultura em madeira maciça (peroba)
19 x 6.50 x 6.50 cm
Como um arqueólogo do seu tempo — um tempo de virtualidades, algoritmos e fragmentos —, a pintura de Osvaldo Carvalho tenta captar o fio condutor do aqui e do agora, o que permanece e o que está por vir, em uma atmosfera pop povoada de cores, figuras, fraturas e contradições. Artista do contemporâneo, Osvaldo Carvalho (Niterói, 1976) se vale da miríade de imagens e referências da cultura e comunicação de massa, como cinema, mídia, internet, quadrinhos e publicidade, para produzir obras ricas em cores e signos, nas quais explora não apenas o vocabulário visual do nosso tempo, mas as contradições de um imaginário atravessado por ideologias, conflitos e poder. Osvaldo povoa suas telas de figuras humanas, animais, objetos domésticos, itens de decoração, paisagens urbanas, pichações e marcas conhecidas, dispostas na tela nem sempre de forma proporcional e, muitas vezes, situados sobre fundos de padrões marcantes, como papéis de parede, ou sobre espaços indefinidos e fluidos — produzindo figuras minúsculas, como pixels que gravitam sobre fundos de cor texturizados.
+ maisOu, ainda, dispõe os elementos em quadros de um storyboard, criando narrativas que podem acontecer nos frames de uma mesma tela, ou desdobrada em várias telas dentro de uma mesma série temática. Osvaldo cria, assim, uma atmosfera pop de cor e movimento, por vezes ácida e lisérgica, em fragmentos de cenas, situações e detalhes do cotidiano que são fruto de uma imaginação livre. Osvaldo não se furta aos acontecimentos e ao seu ponto de vista — o artista que pinta desde a zona norte do Rio de Janeiro —, abordando temas como a questão negra e indígena, desigualdade social ou violência urbana, muitas vezes em referência direta. Mas o faz no território exclusivamente pictórico, ciente de que opera em um ambiente de imagens saturadas, procurando envolver o cansado espectador por meio de uma paleta vibrante e ângulos e ideias provocadoras, em associações e sobreposições de elementos nem sempre aleatórias e jamais inocentes.
