Jeane Terra - Janaina Torres

São Paulo Brasil

Jeane Terra

Dos trabalhos de Jeane Terra emergem as subjetividades da memória, as nuances da transitoriedade e os destroços de um tempo, em registros de intensa carga visual que refletem sobre o apagamento urbano e os efeitos da ação humana sobre a paisagem, o clima e a vida na terra.

O trabalho da artista, cujo nome se confunde com o alcance de sua poética, se desenvolve nos suportes da pintura, escultura, fotografia e videoarte. Muitas vezes autorreferencial, Jeanne Terra gravita a usina ruidosa, de onde reminiscências vêm à superfície, para tecer um panorama das principais questões do nosso tempo. Assim, a partir da vivência da demolição da casa em que viveu na infância e com a aproximação do barroco mineiro, a artista percorre cidades e lugares em vias de desaparecimento. São trabalhos que trafegam entre registros de um tempo passado, a corrosão do tempo e a urgência do contemporâneo. Como na série “pele de tinta”, técnica que desenvolveu a partir da mistura de tinta acrílica, aglutinante e pó de mármore, obtendo um tecido cromático que, composto em múltiplas e finas camadas, ganha um aspecto de pele. A artista utiliza as “peles” de tinta que, recortadas em uma miríade de pequenos quadrados, compõem o grid que estrutura suas pinturas, nas quais são costuradas – valendo-se da técnica em ponto cruz, herança da avó materna -, ou coladas na superfície da tela. Uma espécie de corpo-pintura, constituída entre o bordado imemorial e a instantaneidade do pixel. Como destaca o crítico e curador Aguinaldo Farias, Jeane Terra “propõe que toda arquitetura é em essência autodestrutiva, que toda construção traz consigo sua dissolução, que tudo que fazemos é efêmero, e que nossos gestos primam pela negatividade, ainda que insistamos em valorizar o contrário”.

OBRAS

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Paisagem de lotus para Monet

Jeane Terra
Paisagem de lotus para Monet, 2024
Quadrados em Pele de Tinta de 1x1cm sobre canvas
161 x 148 cm

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A Alma do Rio

Jeane Terra
A Alma do Rio, 2024
Quadrados em Pele de Tinta de 1x1cm sobre canvas
177 x 128 cm

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As Sentinelas de Ankor (série Pau a Pique)

Jeane Terra
As Sentinelas de Ankor (série Pau a Pique), 2024
Monotipia sobre estrutura de Pau a Pique
65 x 80 cm

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Fábula do Sertão (série Pau a Pique)

Jeane Terra
Fábula do Sertão (série Pau a Pique), 2022
Monotipia sobre quadro de pau a pique, madeira, trama de arame, barro, cimento e argamassa
110 x 81 x 6 cm

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Mirada do Rio (série Pau a Pique)

Jeane Terra
Mirada do Rio (série Pau a Pique), 2022
Monotipia sobre quadro de pau a pique, madeira, trama de arame, barro, cimento e argamassa
100 x 70 x 5 cm

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Paisagem Seca (série Pau a Pique)

Jeane Terra
Paisagem Seca (série Pau a Pique), 2022
Monotipia sobre quadro de pau a pique, madeira, trama de arame, barro, cimento e argamassa
130 x 103 x 5 cm

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Santuário do Sertão

Jeane Terra
Santuário do Sertão, 2022
Monotipia sobre pele de tinta
246 x 146 cm

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Olhar do Sertão (série Cápsulas da Memória)

Jeane Terra
Olhar do Sertão (série Cápsulas da Memória), 2023
Monotipia sobre vidro soprado
40 x 30 x 12 cm

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Relicário do Rio (série Relíquias)

Jeane Terra
Relicário do Rio (série Relíquias), 2022
Monotipia em vidro e água do Rio São Francisco
43 x 40 x 28 cm

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Gota Seca (série Cápsulas da Memória)

Jeane Terra
Gota Seca (série Cápsulas da Memória), 2022
Monotipia em vidro
40 x 48 x 18 cm

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Ancorar

Jeane Terra
Ancorar, 2021
Monotipia seca sobre escombros
71 x 47 x 10 cm

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“Fábrica de sonhos insere-se no bojo de uma série de vídeos de Jeane Terra marcados por um esforço de tratamento imagético das relações entre o sujeito e o vazio, e orquestrados pela sofisticada abordagem que a artista empreende das nuances da transitoriedade. Em seus instantes germinais, gravita a usina ruidosa de onde provém a substância de nossa memória. Terra colhe ali a anti-matéria, o que se trama em torno do vazio, nos humores da doce galáxia e suas mais recônditas aspirações. Alegoria da criação ex-nihilo, a invenção invisível do ser. Jamais exatamente alcançadas, as formas do desejo fazem brilhar o teatro opaco em que se encenam. Teatro sensível, forjado pela condensação inexorável do tempo e que, com seu gesto, seu giro, a artista põe ao serviço do instante, do inconsciente, indestrutível e atemporal. Terra trabalha, no tempo, o que se encena fora dele.

-​ Guilherme Massara Rocha

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Deleite

Jeane Terra
Deleite, 2009
Videoarte

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Kama Sutra

Jeane Terra
Kama Sutra, 2009
Videoarte

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