A polifonia urbana de Heleno Bernardi - Janaina Torres

São Paulo Brasil

A polifonia urbana de Heleno Bernardi

28 de março de 2017 | 12:23
Vista da individual de Heleno Bernardi, na Janaina Torres Galeria Vista da individual de Heleno Bernardi, na Janaina Torres Galeria

Em sua primeira exposição individual em São Paulo, na Janaina Torres Galeria, Heleno Bernardi traz pinturas inéditas que compõem seu trabalho de pesquisa nos espaços urbanos, em constante relação com a cidade e suas formas de uso.

O ateliê de Heleno Bernardi fica na Zona Norte do Rio de Janeiro, área com características urbanas marcantes e bastante próprias.

Influenciado por este ambiente, como em uma construção site-­specific, o artista cria uma polifonia com influências arquitetônicas, sonoras e urbanas, em representações provocadoras.

Pinturas de Heleno Bernardi: elementos gestuais se alinham à geometria urbana na poética visual do artista Pinturas de Heleno Bernardi: elementos gestuais se alinham à geometria urbana na poética visual do artista

Veja exposição completa aqui.

Ao contemplar esta série de pinturas, ouvimos o som, percebemos o deslocamento, as relações de cor, tempo e espaço, e sentimos a presença dos indivíduos inseridos neste contexto, que fazem parte deste processo de destruição e construção.

Todos estes elementos são sujeitos poéticos em sua obra, que buscam lugar e sentido por meio do seu encaixe nesta figuração reinventada, que forma paisagens labirínticas universais em diferentes perspectivas.

O artista apresenta também dois trabalhos que nos contam sobre seu processo artístico e nos falam sobre outros aspectos da sua trajetória.

Em “Enquanto Falo, As Horas Passam”, um conjunto de colchões (foto abaixo) em formato de feto cria um volume de corpo presente na galeria, trazendo a sensação de aconchego ao mesmo tempo que cria a contradição de sua usabilidade.

Em um ambiente expositivo, muitas vezes austero, temos este acúmulo de afeto, que pode ser abraçado, usado como assento, como pula-­‐pula, ou que pode ser percebido à distância, adquirindo novos sentidos e implicando novas sensações. A obra, aberta à interatividade, acolhe o espectador, trazendo-­‐o para uma experiência coletiva.

Na série “Apologia de Sócrates”, fotografias resultantes de uma vídeo-­performance que também faz parte da exposição, Heleno propõe a desconstrução do pensador clássico e suas ideias imutáveis, esvaziando sua eternidade em um processo carinhoso.

Um Sócrates de esponja e sabão vai, nas mãos do artista, virando bolha, fazendo com que sua cabeça física se esvaia em sabão. Aos poucos a cabeça do filósofo é reduzida a espuma, deixando um rastro de pensamento na efemeridade.

Artista multimídia, Heleno realiza pesquisas que se manifestam em suportes diversos, como em instalações, vídeos e fotografias, que mostram a consistência de sua carreira.

Heleno Bernardi – Janaina Torres Galeria
seg – sex de 10h às 19h | sábado de 11h às 15h
Rua Joaquim Antunes 177 | 11 – Pinheiros

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