Pra Vela Não Se Apagar traz geometria onírica e pessoal de Guilherme Santos da Silva - Janaina Torres

São Paulo Brasil

Pra Vela Não Se Apagar traz geometria onírica e pessoal de Guilherme Santos da Silva

30 de abril de 2024 | 17:05
Guilherme Santos da Silva, Primeiro emprego em Sao Paulo, 2024. Óleo sobre tela, 58 x 78 cm. Guilherme Santos da Silva, Primeiro emprego em Sao Paulo, 2024. Óleo sobre tela, 58 x 78 cm.

O mar do Nordeste, onírico e idealizado, em pinturas com sutis conotações pessoais e sociais, induz a pesquisa de Pra Vela Não Se Apagar, primeira individual do artista carioca Guilherme Santos da Silva (Rio de Janeiro, 1987) na Janaina Torres Galeria, com curadoria de Alexandre Araujo Bispo e abertura dia 11 de maio, em São Paulo.
Nos trabalhos inéditos que compõem a exposição, pinturas a óleo sobre tela de dimensões variadas, veleiros mais ou menos identificáveis se inserem em paisagens naturais de tons beges, amêndoa, cáquis e marrons, ora delimitados por tons de azul, criando um “mundo visual próprio, quase mágico”, como pontua o curador.

Guilherme Santos da Silva, Talvez um dia vamos nos encontrar, 2024. Óleo sobre tela, 78 x 58 cm. Guilherme Santos da Silva, Talvez um dia vamos nos encontrar, 2024. Óleo sobre tela, 78 x 58 cm.

Guilherme atualiza a “vontade construtiva”, impregnando essa tradição das urgências do contemporâneo – como salienta a mostra recente “A Quarta Geração Construtiva no Rio de Janeiro”, exibida na FGV Arte (RJ), com curadoria de Paulo Herkenhoff, na qual o artista carioca foi um dos destaques.
Trata-se de uma pintura que reúne memória e experiência, fruto de um artista autodidata, que iniciou sua atividade artística com a pintura de muros e fechadas e migrou para as telas, incorporando em sua obra a força de elementos que envolvem a biografia do artista, em um diálogo entre afetos e questionamentos em torno de narrativas de classe e de pertencimento.

Guilherme Santos da Silva, Vou de carona, 2024. Óleo sobre tela, 23,2 x 31,2 cm. Guilherme Santos da Silva, Vou de carona, 2024. Óleo sobre tela, 23,2 x 31,2 cm.

Guilherme evoca, nas telas, tanto sua experiência nos subúrbios cariocas, quanto a memória dos avós, vindos de Cajá, na Paraíba, em um deslocamento forçado para o Rio de Janeiro, na década de 50 — uma travessia “carregada de melancolia” e que produziu, no artista, a sensação herdada de estar sempre fora do lugar, o que transparece nos títulos dos trabalhos, como Vim com ele e nossos filhos, Você entendeu que vem de lá e Eu cantaria o caminho inteiro
Para Araujo Bispo, a escolha pela figuração geométrica diferencia Guilherme de importante parcela de artistas negros contemporâneos, que optam por um realismo de tom mais descritivo. “À semelhança de outra parcela de artistas, Guilherme optou pela figuração geométrica, que lhe ajuda a atingir seus objetivos poéticos”, aponta o curador. “A geometria construtiva e delicada oculta uma relação passional com cada nova composição”.
 
Pra vela não se apagar
Guilherme Santos da Silva
Curadoria: Alexandre Araujo Bispo

Abertura 11.05, 14h às 16h
Término 13.07.2024

Funcionamento:
Terça a sexta-feira: 10h às 18h
Sábados: 10h às 16h

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