Vinte artistas, um desassosego. Com esse espírito, a curadora Germana Monte-Mór convidou dez pintores-curadores estabelecidos, que escolheram e comentaram trabalhos de seus pares mais novos, artistas jovens e com talento que ainda não conseguiram colocar sua produção para ser discutida. Entre os jovens artistas escolhidos, está Sandra Mazzini, jovem pintora paulistana que se destaca no cenário atual.
Coube a Leda Catunda, artista que dispensa apresentações, comentar a produção de Sandra Mazzini. Apresentamos o resultado a seguir.
Enxergando através, por Leda Catunda
A forma como a imagem vem para o plano da tela e se espelha sobre a superfície é apresentada por Sandra Mazzini, que compartilha com o observador os caminhos percorridos desde a ideia inicial até o resultado final. Desta maneira, a soma da imagem e do processo que a criou parece ser o assunto principal de interesse nessas pinturas.
O recorte, a escala, a gradação delicada de cores, a estrutura são os elementos com os quais a artista elabora as possibilidades poéticas de uma representação comentada. Trata-se de uma realidade em via de transmutação, como se a artista propusesse uma visão poderosa, alterando o real para em seguida reapresenta-lo repleto de nuances particulares e vibrações improváveis.
Diversidade
Os trabalhos foram expostos na Galeria Estação, em 2016.
“São caminhos mais individuais de busca”, escreve Germana, “diferentemente de escolas ou grupos, como em períodos anteriores: vanguardas, modernismo, neo-expressionismo e tantos outros. Agora é possível pensar a pintura de formas tão diversas convivendo com a mesma possibilidade de resultado, seja na avaliação do mercado, seja numa avaliação crítica”.