Anunciamos com prazer a representação de Laiza Ferreira (Ananindeua-PA, 1988), que vive e trabalha em Natal. Laíza Ferreira parte da ficção, do tempo não-linear, de memórias ancestrais e da recriação de mundos por meio de fragmentos de imagens para se reconectar com sua história e origens e assim construir novas mitologias e discursos, plurais e potentes.

Nascida em Ananindeua (PA) e graduada em Artes Visuais pela UFRN, Laiza cria narrativas e cosmogonias de carga simbólica intensa — retratos de diversos povos e etnias, paisagens e elementos astronômicos —, a partir da apropriação e colagem de material proveniente de sites de busca, livros, impressões caseiras e arquivos fotográficos da própria artista, submetidos a interferências como granulações, texturas e divergências entre resoluções e pixels. 

Tensionando a memória subjetiva e histórica, numa atitude artística e estética de indisciplina e ruptura, Laiza reconta sua própria história, transformando a imagem em um campo de sobrevivência, resistência e cura.

Insurgindo-se contra estruturas verticais e lineares de significado e poder, Laiza investe contra o elemento colonial que permeia a experiência do presente, num processo em que o elemento multidimensional das suas imagens desnorteia e desequilibra as narrativas dominantes. Cria, assim, “constelações de precariedade”, como ela mesma define, buscando uma linguagem nova, por meio de signos visuais ainda anteriores ao olhar habitual colonizado.

“O trabalho se inicia na busca de imagens de paisagens para o fundo da colagem, para retomar minha própria história, a partir de uma recriação de mundo fabulatória. A minha investigação em re-existência se potencializa na encruzilhada de possibilidades decolonizadoras de imaginário e dos processos de investigação que subvertem as práticas artísticas”, diz Laiza.