São Paulo Brasil
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Descrever as obras reunidas em Eclipse implica certos cuidados: como produzir um texto que não seja uma âncora para o espectador, sedento por referentes que situem as imagens de Feco no mundo, e ainda pouco familiarizado com o fato de que o artista é inventor de mundos?
A Janaina Torres Galeria tem o prazer de anunciar Eclipse, exposição individual de Feco Hamburger, em exibição em seu espaço na Barra Funda, em São Paulo. Com curadoria de Icaro Ferraz Vidal Jr., a mostra traz trabalhos inéditos do artista, em diálogo com parte de sua produção, ampliando o foco de investigação e o alcance de sua poética.
Noites em Claro, série de fotografias de Feco Hamburger, acaba de ter trabalhos incorporados à recém-inaugurada coleção de fotografia brasileira da Biblioteca Nacional da França (BnF). Em um total de 40 fotografias, de raro impacto visual, Noites em Claro capta, em registros de longa exposição, o acúmulo da luz existente, mas não visível aos nossos olhos, em um único fotograma...
As fotografias de Feco Hamburger exploram o mimetismo do presente. Enquadra os delicados grafismos das estrelas num firmamento onde riscos e raios atestam que no universo “ninguém” dorme. Transforma situações; inverte a arquitetura; imprime uma abrangência de cores tão independente quanto sutil; abre janelas; cria expectativas para mostrar que, tanto no campo quanto na cidade.
Em 2004, na individual que apresentou na Pinacoteca do Estado, intitulada “Noites em claro”, Feco Hamburger mostrou uma série de fotografias em que a questão central era o “tempo longo” dos astros celestiais, captados por meio de tomadas de longa exposição. Outra questão primordial nas fotos então exibidas – e que tanto surpreendeu e encantou o artista – foi a presença de uma luz misteriosa nas fotos, muito embora todas tivessem sido realizadas durante a noite.
"No entanto, se move" - eppur si muove - é a frase polêmica com a qual Galileu Galilei renegou a visão heliocêntrica do mundo perante o tribunal de Inquisição. Quatro séculos depois, é também o título da nova série de imagens produzidas por Feco Hamburger, que a Janaina Torres Galeria mostrará com exclusividade na SP-Arte/Foto 2018, de 23 a 26 de agosto (stand B12).
Creio que o que faço é criar campos de experiência; em outras palavras: que as obras se relacionem com o espectador na realização de seu sentido, mais do que criar uma narrativa. Há uma espécie de embate entre ficção e documento em meu trabalho, meio que um sonho de mundo, onde haja espaço para conexão inclusive com o acidente, o diferente.
Os limites espaço-temporais da nossa percepção, condenada ao que se alcança com os olhos e ouvidos confinados num horizonte circular e fincados no presente, geram como reação o fabrico de mapas e modelos de toda ordem. Descrever ou simplesmente nomear algo implica uma forma ainda que insubstancial de captura. Não se mapeia apenas o que se vê, mas mapeia-se para se ver melhor.
O tempo-tempo. Uma obsessão quase científica. O fotógrafo diz que o mundo “é para os fortes”. Por isso, as galáxias. Por isso a natureza-natureza, o homem-mar sobre a rocha-mirante. A fotografia se desloca. O que vai além será sempre a nossa busca diante da solidão cósmica.
Com curadoria de Diógenes Moura, Quando percebi era uma aurora traz uma viagem visual contemporânea e consistente, numa galáxia de referências que vão da música de David Bowie às paisagens românticas de Caspar David Friedrich; serão 28 imagens exibidas ao público até o dia 17 de dezembro São Paulo, outubro de 2016 – O mais […]
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